Séries: Dupla Identidade


Hoje, 12/12/2014, vai ao ar o penúltimo episódio de Dupla Identidade, série da TV Globo que trata de psicopatia, serial killer, e investigação policial. Eu sou fã de carteirinha da série, que apesar de ter seus pontos baixos por alguns erros técnicos, surpreende pela qualidade dos diálogos, atuação e pelas reviravoltas que o roteiro dá.
Quando a Globo exibiu o primeiro episódio da série, decidi conferir porque adoro um mistério, e a ideia de um serial killer brasileiro me atraiu muito. Esse serial killer é o Edu, interpretado pelo Bruno Gagliasso, que é voluntário, aspirante a político, bom moço, tem o desejo de ser presidente do Brasil, é charmoso, gosta de arte e mata mulheres quando sobra um espaço na agenda. Enquanto isso, uma policial que fez estágio no FBI volta para o Brasil depois de anos morando nos Estates e reencontra sua paixão dos tempos de facul, o Dias (Marcelo Novaes). E, claro, ela dá de cara com um caso de serial killer, o que é sua especialidade.
Quem interpreta essa policial, Vera, é a Luana Piovani. Devo dizer que me surpreendi pela atuação dela, que é conhecida pelo seu jeito doido e seu humor sujo, interpretando uma policial séria e inteligente. Aliás, a Vera saca tudo muito rápido, e é bom ver como a sua experiência ajuda na investigação mas a descrença dos seus colegas de profissão, inclusive o Dias, impede que a coisa caminhe rápido. Um bom trabalho da autora, Glória Perez, em retratar a polícia e a burocracia brasileiras.
Com reviravoltas marcantes e abordagem de temas como a auto-mutilação, suicídio, corrupção e outros, a série se mostra muito atual, realmente uma coisa nova e inesperada, que é exatamente o tipo de renovação que a televisão brasileira precisa. O gênero de séries pouco é explorado no Brasil, mas Dupla Identidade está num nível muito bom se comparado com as séries estrangeiras. Claro que a produção não chega num nível AMC ou HBO da vida, mas é um começo, e um começo bom, diga-se de passagem. Pergunto-me se essa não seria a ascensão do gênero policial no país. Com os livros do carioca Raphael Montes fazendo sucesso, e a série (que é infelizmente ignorada por muitos por puro preconceito com produções nacionais), cuja trama abrange mais que o clássico filme de favela e tráfico de drogas, compreende uma luta de mentes, atravessando fronteiras sociais e estereótipos.
Infelizmente, uma segunda temporada parece improvável, mas eu queria muito uma continuação, mesmo que com um novo psicopata.

Letícia Oliveira.

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